Os danos à saúde associados a apostas e jogos de azar podem gerar um custo de pelo menos 30,6 bilhões por ano à sociedade, revela o dossiê inédito “A Saúde dos brasileiros em jogo: análise político-econômica da regulamentação de apostas online e seus impactos para a saúde da população brasileira”, lançado nesta terça-feira (02/12) pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) em parceria com a Frente Parlamentar da Saúde Mental (FPSM) e a Umane. O custo total dos danos associados ao jogo problemático é estimado em pelo menos R$ 38,8 bilhões anuais, que inclui também impactos relacionados a outros fatores como perda de emprego, de moradia e aprisionamento.
Os custos dos danos à saúde associados ao jogo são de R$ 17 bilhões relativos a mortes por suicídio e R$ 13,4 bilhões relativos à depressão, sendo R$ 10,4 bilhões pela perda de qualidade de vida e R$ 3 bilhões em tratamentos médicos. As estimativas envolvem custos diretos para o Estado, mas também custos sociais indiretos, mais amplos, associados à perda de qualidade e duração de vida, medidos em anos de vida ajustados pela qualidade (QALY, na sigla em inglês), medida usada na área da saúde para calcular quantos anos de vida saudável uma pessoa perde por causa de uma doença ou condição.
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O dossiê utilizou os percentuais do terceiro Levantamento Nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira (Lenad III), que aponta que o Brasil possui cerca de 12,7 milhões de pessoas em situação de uso arriscado de jogos de apostas. Os valores foram calculados com base nas estimativas de custo econômico e social apresentadas em 2023 pelo Office for Health Improvement and Disparities (OHID) do governo britânico, utilizando a paridade do poder de compra (PPC) para Brasil e Reino Unido.